Pular para o conteúdo principal

Liberté, Egalité, Fraternité

Os primeiros filósofos iluministas imaginaram tentaram imaginar um mundo justo, onde cada indivíduo pudesse viver em harmonia com outro, sem prejudicar ninguém através das suas atitudes. Esse era o princípio básico para um mundo ideal, onde o grande desafio deles, naquele momento, era saber como buscar isso.

Alguns disseram que o ser humano teria que deixar de ser egoísta e começar a se colocar no nível dos demais, afinal ninguém era melhor que ninguém apenas por determinação do nascimento. Para isso, seria necessário eliminar a influência de um ser poderoso, o monarca, e separar a instituição Igreja da instituição Estado, se não, como poderíamos viver em harmonia numa sociedade em que apenas um homem e uma instituição ditam as regras?

Outros iluministas afirmaram que era preciso estudar e conhecer outras sociedades e culturas, e o todo que possuíam, para lhes entender. Portanto, os Estados teriam que entrar em comum acordo para dar espaço a troca cultural e comercial. E alguns filósofos a mais da época, acrescentaram que a busca por conhecimento e a liberdade de debate seriam cruciais para o desenvolvimento cultural daquela sociedade.

Os primeiros passos foram dados XV com o Renascimento e no século XVI com as Reformas Religiosas, onde a domínio do conhecimento girava em torno do Cristianismo. Os passos, que inspiraram ideais iluministas, foram dados por britânicos que derrubaram o poder absoluto do rei e separaram os três maiores poderes de uma sociedade em Executivo, Legislativo e Judiciário, formando assim uma República.

Na Revolução Francesa tudo ficou mais claro, a informação circulava rapidamente, o conhecimento começou alcançar camadas populares. A perspectiva de uma vida sem injustiças brilhava a porta dos pobres franceses. Políticos liberais lideraram e incentivaram a classe operária para buscar novos direitos. Pegaram em armas. Derrubaram a Bastilha no 14 de julho de 1789!!!

Três anos depois da queda da Bastilha, os franceses proclamam a República. Mas demoram para aprender a governar à iluminista. Robespierre e Napoleão Bonaparte acreditaram que estavam instaurando a ordem e espalhando o espírito de liberdade pelo mundo, mas também se enganam aqueles tomados pelo poder.

A cada século que nós, ser humanos, íamos nos desenvolvendo e dominando o mundo, também tivemos que enfrentar outros regimes que nos privaram da liberdade. No Brasil, depois dos períodos monárquicos, aconteceram o Estado Novo e a ditadura militar. E agora? Agora não estamos envolvidos por um sistema que nos priva dos ideais iluministas?

Se você consegue vencer a burocracia, o capital, a política, a mídia e a corrupção, o sistema ainda vai acabar te engolindo. Estamos fadados a viver presos por nós mesmos? Os séculos se passam e ainda seguimos lutando por liberdade, igualdade e fraternidade.

Image result for revolução francesa

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As 10 personalidades mais importantes para a política do século XIX

10 -  Abraham Lincoln A Gallup em 2011, divulgou dados de uma pesquisa popular onde os americanos colocaram Abraham Lincoln como o segundo presidente mais importante da história dos Estados Unidos. Afinal Lincoln libertou os escravos e venceu a Guerra Civil dos Estados Unidos de uma maneira que os estados do sul se unissem aos estados do norte. 9 - Rainha Vitória Num meio político onde homens dominavam a Rainha Vitória herdou a coroa britânica e a defendeu com garra. Está na lista não apenas por ter sido a referência de mulher no século XIX, mas também por ter iniciado a mudança na cultura política da Grã-Bretanha. Foi a partir da metade do seu reinado que a monarquia foi cedendo espaço para o Parlamento inglês, delegando a política para os parlamentares, e se concentrando em espalhar os valores familiares, na importância da mulher e na moralidade, fazendo da monarquia um símbolo dos costumes britânicos. A sua relação com outros reis da Europa estreitou os laços

Processo de independência dos países do Mercosul

Todos nós conhecemos, ou temos alguma noção do processo de independência brasileiro, relacionamos o fato com o grito de D. Pedro I nas margens do Rio Ipiranga, ou talvez com a pressão do Partido Brasileiro, dos seus líderes como Cipriano Barata e José Bonifácio e outros políticos liberais que representavam a sociedade quando incitaram o príncipe português a separar Brasil de Portugal. O que é certo afirmar é que a grande maioria dos brasileiros relaciona o acontecido com a data histórica do 7 de setembro de 1822. Em contrapartida, estamos fadados a estudar apenas a história brasileira e muitas vezes esquecemos de conhecer a história dos nossos maiores amigos. Argentina, Uruguai e Paraguai somam-se ao Brasil no bloco econômico mais importante da América do Sul, que movimenta milhares de produtos e uma enorme quantia de capital. Os países que hoje integram o Mercosul construíram as suas relações há um bom tempo e cada um já influenciou na economia do outro historicamente. A come

Afinal Nazismo é de Esquerda?

O assunto veio à tona no mês passado (ago/2017) com o caso de Charlottesville em que manifestantes supremacistas brancos entraram em confronto com grupos antinazistas. À parte da discussão que se teve sobre o ressurgimento de grupos nazistas e sobre o tamanho da liberdade de expressão existente nos Estados Unidos, surgiu uma discussão nas redes sociais de pessoas tentando (e falhando ao tentar) argumentar e mostrar que a origem do nazismo é de orientação política "esquerdista". "Ser de esquerda" ou "ser de direita" são duas expressões que as pessoas tendem a usar como característica à orientação política de alguém, equivocadamente. Pra entender o motivo é necessário saber a origem, ler sobre a Revolução Francesa. No início das discussões políticas, em 1789, onde seria decidido se a França continuaria a ser uma monarquia (sob domínio de um monarca) ou se tornaria uma República (sob domínio de um governo público), monarquistas se sentavam a direita enqu