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Mostrando postagens de 2017

Os ministros das relações exteriores na ditadura militar

Foram seis ministros responsáveis pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) no Brasil, durante o Regime Militar de 64. Foram eles que lideraram a retomada das relações com os Estados Unidos, principalmente no bilateralismo político-militar. A seguir vamos conhecer cada um deles e analisar quais foram as diferentes estratégias utilizadas por eles. Vasco Leitão da Cunha Foi o primeiro ministro do MRE na ditadura e permaneceu no cargo até a metade do mandato de Castelo Branco. Responsável pela quebra da Política Externa Independente e por retomar as relações com os Estados Unidos, Leitão estabeleceu metas específicas para a América Latina, o Ocidente e, claro, EUA. Juracy Magalhães Assumiu a pasta do MRE no final do do governo de Castelo Branco e como ex-embaixador dos Estados Unidos a intenção dos militares era melhorar o relacionamento com os americanos e alcançar acordos econômicos que havia tempos em que o Brasil não conseguia. Ele trabalhou para estabelecer a viabilidade d

Conheça a PEI

Foi a grande revolução da política externa brasileira, no século XX, onde o Brasil deixou de focar na relação bilateral com Estados Unidos e investir mais nas características primordiais estabelecidas por San Tiago Dantas, ministro das relações exteriores do Governo Jango: universalidade, independência e pragmatismo. Os traços da Política Externa Independente, compostos em 1961, começaram a aparecer no Segundo Governo Vargas, quando o presidente passa a dar mais atenção aos países de Terceiro Mundo e exercitar mais a independência universal se aliando aos africanos e asiáticos que buscavam a independência político-econômica dos países desenvolvidos. Getúlio o fez somente através de acordos econômicos e assim fez-se a estreia das estratégias da PEI. A insistência de Dutra no erro do final do Estado Novo e a do início do Segundo Governo Vargas, assim como a mudança de atitude política do final desse, fez com que Juscelino Kubitschek apostasse um pouco mais nos países africanos e asiá

Dicas para uma reunião de negócios - Mexicanos

Vamos fazer um intervalo nos textos históricos preparatórios para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática para falarmos sobre o comportamento ideal numa reunião de negócios para com os mexicanos. Segue na íntegra a entrevista com essas três pessoas maravilhosas que tive o prazer de trocar uma ideia. Abril Peláez Guzmán, 21 anos, estudante de Relações Comerciais - IPN Vendedora Germano: ¿Hay alguna vestimenta adecuada para una reunión de negocios? Abril: Si, dependiendo de qué tan formal sea la cita. Normalmente para una negociación, los hombres usan traje de sastre tratando de combinar los colores y tener bien cuidada la vestimenta para no verse mal. Las mujeres igual usan traje, ya sea que tengan pantalón o falda, lo preferible es que la falda no esté tan pegada al cuerpo y no esté tan arriba de la rodilla. Los colores preferibles para una negociación son: azul, negro, gris oxford y blanco.  Los colores que menos deberían usar son los colores café, mostaza, ve

Afinal Nazismo é de Esquerda?

O assunto veio à tona no mês passado (ago/2017) com o caso de Charlottesville em que manifestantes supremacistas brancos entraram em confronto com grupos antinazistas. À parte da discussão que se teve sobre o ressurgimento de grupos nazistas e sobre o tamanho da liberdade de expressão existente nos Estados Unidos, surgiu uma discussão nas redes sociais de pessoas tentando (e falhando ao tentar) argumentar e mostrar que a origem do nazismo é de orientação política "esquerdista". "Ser de esquerda" ou "ser de direita" são duas expressões que as pessoas tendem a usar como característica à orientação política de alguém, equivocadamente. Pra entender o motivo é necessário saber a origem, ler sobre a Revolução Francesa. No início das discussões políticas, em 1789, onde seria decidido se a França continuaria a ser uma monarquia (sob domínio de um monarca) ou se tornaria uma República (sob domínio de um governo público), monarquistas se sentavam a direita enqu

As 10 personalidades mais importantes para a política do século XIX

10 -  Abraham Lincoln A Gallup em 2011, divulgou dados de uma pesquisa popular onde os americanos colocaram Abraham Lincoln como o segundo presidente mais importante da história dos Estados Unidos. Afinal Lincoln libertou os escravos e venceu a Guerra Civil dos Estados Unidos de uma maneira que os estados do sul se unissem aos estados do norte. 9 - Rainha Vitória Num meio político onde homens dominavam a Rainha Vitória herdou a coroa britânica e a defendeu com garra. Está na lista não apenas por ter sido a referência de mulher no século XIX, mas também por ter iniciado a mudança na cultura política da Grã-Bretanha. Foi a partir da metade do seu reinado que a monarquia foi cedendo espaço para o Parlamento inglês, delegando a política para os parlamentares, e se concentrando em espalhar os valores familiares, na importância da mulher e na moralidade, fazendo da monarquia um símbolo dos costumes britânicos. A sua relação com outros reis da Europa estreitou os laços

Processo de independência dos países do Mercosul

Todos nós conhecemos, ou temos alguma noção do processo de independência brasileiro, relacionamos o fato com o grito de D. Pedro I nas margens do Rio Ipiranga, ou talvez com a pressão do Partido Brasileiro, dos seus líderes como Cipriano Barata e José Bonifácio e outros políticos liberais que representavam a sociedade quando incitaram o príncipe português a separar Brasil de Portugal. O que é certo afirmar é que a grande maioria dos brasileiros relaciona o acontecido com a data histórica do 7 de setembro de 1822. Em contrapartida, estamos fadados a estudar apenas a história brasileira e muitas vezes esquecemos de conhecer a história dos nossos maiores amigos. Argentina, Uruguai e Paraguai somam-se ao Brasil no bloco econômico mais importante da América do Sul, que movimenta milhares de produtos e uma enorme quantia de capital. Os países que hoje integram o Mercosul construíram as suas relações há um bom tempo e cada um já influenciou na economia do outro historicamente. A come

Liberté, Egalité, Fraternité

Os primeiros filósofos iluministas imaginaram tentaram imaginar um mundo justo, onde cada indivíduo pudesse viver em harmonia com outro, sem prejudicar ninguém através das suas atitudes. Esse era o princípio básico para um mundo ideal, onde o grande desafio deles, naquele momento, era saber como buscar isso. Alguns disseram que o ser humano teria que deixar de ser egoísta e começar a se colocar no nível dos demais, afinal ninguém era melhor que ninguém apenas por determinação do nascimento. Para isso, seria necessário eliminar a influência de um ser poderoso, o monarca, e separar a instituição Igreja da instituição Estado, se não, como poderíamos viver em harmonia numa sociedade em que apenas um homem e uma instituição ditam as regras? Outros iluministas afirmaram que era preciso estudar e conhecer outras sociedades e culturas, e o todo que possuíam, para lhes entender. Portanto, os Estados teriam que entrar em comum acordo para dar espaço a troca cultural e comercial. E algun

O Iluminismo tem a ver com o Renascimento?

Sempre foi difícil comparar correntes filosóficas porque geralmente elas são mais complexas do que se imagina. Então, nós, estudantes, confundimos ambos assuntos e às vezes esquecemos o que é o que. Por isso faz-se necessário essa separação entre ambos, afinal um tem a ver com o outro? Eles se complementam? Ou não têm nada a ver? Onde começaram? O Renascimento começou na Itália porque era o principal centro comercial entre Europa, Ásia e África do século XV e permitia o intercâmbio cultural entre vários povos, assim como a grande coleção de monumentos e escrituras históricas. Ali preservou-se a arquitetura e as línguas grega e latim. O Iluminismo teve início por toda a Europa quase que de maneira única devido ao fato de o absolutismo e a Igreja dominarem a política de maneira unânime por todo o território. Qual foi o fato que instigou esses pensadores? No Renascimento foi a crise do Feudalismo, o aumento da atividade do comércio internacional e o intercâmbio cultural

Divisão indígena da América pré-colonial

É uma tarefa muito difícil de ensinar às crianças a importância de preservar o habitat natural de outros seres e de mostrar que, em outra época, aqui, na terra em que vivemos, já houve a presença dominante de tribos indígenas. É dificílima por dois motivos. Primeiro que nas cabeças do adolescente e do pré-adolescente nós não estaríamos aqui e a nossa comunidade não seria do jeito que é se não fosse a invasão européia no  habitat do índio. Segundo que os traços da cultura indígena ancestral já não se fazem presentes na nossa sociedade. A divisão geopolítica da América não era assim tão organizada quanto na Europa, afinal, os índios só se comunicavam dentro da tribo, então não havia acordos entre tribos pra ver até onde se delimita tal território, a divisão era feita por meio de disputa física para dominar determinada região. Basicamente, quando os europeus começaram a povoar a América, os grupos indígenas dominavam as regiões conforme mostra o mapa abaixo. Esquimós e na-den

As marcas do Renascimento

A crise do sistema feudal e os novos caminhos e culturas exploradas através do Mediterrâneo conquistado nas Cruzadas da Igreja Católica foram decisivas para a Europa se reinventar. O humano passou a ser valorizado, a pesquisa e a comprovação de fatos passaram formular o conhecimento científico da época, escritores da Antiguidade passaram a ser utilizados como base de consulta. O sistema político, econômico e social da época, dominado por produtores agropecuários (os senhores feudais) e pela Igreja, estava se dissolvendo, a construção do conhecimento com base no teocentrismo ficou em segundo plano. A avalanche de novas ideias e culturas aflorando na Itália deu espaço ao Renascimento. A começar pela ciência, medicina, astronomia, física, geografia, história, biologia desafiaram as ideias conservadoras com a teoria do Antropocentrismo, seguida pelas teorias do Heliocentrismo, dos movimentos de rotação e translação do planeta Terra, da gravidade, das marés, da circulação pulmonar, tod

Estrutura social da Idade Média ocidental

O processo de formação da sociedade medieval começa especificamente na Antiguidade quando nos séculos I e II os povos germânicos migraram pacificamente para dentro do Império Romano do Ocidente. Eles ingressavam no exército ou produziam para o reino, de acordo com a concessão do imperador. No momento que cai o último imperador de romano do Ocidente, a sociedade que antes estava acostumada a depender do rei e a produzir para este, passa a se familiarizar com a cultura germânica de produção para consumo e comércio próprios. À medida que a autoridade do rei vai diminuindo e o incentivo ao desenvolvimento da cultura vai aumentando, o comércio cresce, a atividade rural se fortalece e pequenos povoados de propriedade dos seus senhores se tornam tão importantes quanto o próprio reino. A atividade desse senhor se torna tão influente que ele passa a fornecer as ferramentas, terras e insumos como feudos para pessoas que gostariam produzir e cultivar o seu próprio espaço em troca de pagament

Impeachment: Dilma x Collor

Há grandes diferenças nos únicos impedimentos de presidentes brasileiros na época democrática do país, para isso é importante retratar e comparar esses fatos históricos para entender a situação política nacional atual e buscar o diálogo para dar-se início ao reparo nas falhas que aconteceram nesses processos, o impeachment de Fernando Collor, em 1992, e o de Dilma Rousseff, em 2016. Nesses casos, as falhas são de percepção de corrupção e pratica do crime na política, a impunidade, as diferentes formas de interpretação dos fatos e a dificuldade de construir um Estado democrático perfeito. Aqui, como no artigo que comparou as duas ditaduras brasileiras, a analogia também respeitará a ordem dos acontecimentos traçando um paralelo do primeiro impeachment para com o segundo. O contexto histórico em que se deu o início do processo de ambos os presidentes foi parecido, os dois governos iniciaram com promessas de ou salvar o Brasil da crise econômica (no caso de Collor), ou dar continuida

A disputa política e egocêntrica brasileira infinita

Os primeiros partidos políticos que apareceram no Brasil são datados de 1822, os Partidos Português e Brasileiro, sendo o segundo essencial para o processo de independência. E em 1837, depois da morte de D. Pedro I os partidos se dividem entre Partido Liberal e Partido Conservador, que se dividiram no poder do período regencial, até os liberais serem essenciais para a coroação de D. Pedro II. Até aqui, essas foram as grandes mudanças que aconteceram devido a política. Sendo, Partido Conservador e Partido Português representantes dos grandes cafeicultores do país, e Partido Liberal e Partido Brasileiro representantes dos colonos, pequenos agricultores, comerciantes e trabalhadores. Escravos, índios, alfabetos, e outras famílias pobres, assim como as mulheres, apesar de lutar por sua liberdade e justiça e terem conseguido certo avanço durante todo o Segundo Reinado, não participavam da política brasileira. Na Primeira República, em 1889, outros partidos surgiram, sendo o Partido Rep

A crise econômica brasileira infinita

A história mostra que a crise que vivemos hoje tem muita relação com os eventos passados, principalmente quando considerados eventos externos às políticas-econômicas internas, como; a relação internacional de Brasil com Inglaterra, Estados Unidos e outros; a relação entre oferta e demanda dos principais produtos de exportação brasileiros no mercado global; o avanço da globalização e as mudanças tecnológicas que ocorreram no mundo; as questões religiosas (tanto portuguesas, quanto brasileiras) que se envolviam com a política e atrasavam (e ainda atrasam) o desenvolvimento desses países; entre outros motivos que fazem da economia brasileira ser considerada (felizmente ou infelizmente) uma das economias emergentes do segundo mundo. Foi apresentado nesse mesmíssimo blog, a relação brasileira com outros países desde os tempos coloniais, assim como as trapalhadas do governo imperial português para com sua colônia. Com esse artigo, espera-se mostrar as principais medidas e os resultados

Estado Novo x Regime Militar

O Brasil, em todo o seu período republicano, enfrentou duas épocas de ditadura, o Estado Novo de Getúlio Vargas e o Regime Militar de 65. Faz-se importante retratar a diferença entre dois momentos da história do Brasil para esclarecer como se deu o desenvolvimento do país, do ponto de vista econômico, político e social. Respeitando a ordem cronológica, a comparação sempre será feita da ordem da Era Vargas para com a ditadura militar. Começamos pelo contexto histórico em que se deu o início de cada um dos períodos. Passando pela fase inicial dos dois períodos e como se davam a forma de governo, as estratégias econômicas adotadas e as políticas sociais implantadas na (ou tomadas da) sociedade. Finalizando com a comparação entre o término de ambas ditaduras. O governo de Getúlio Vargas iniciou com a tomada de poder militar que estava insatisfeita com a política anterior, assim como a ditadura de 1965. A grande diferença entre os dois períodos esta que, o primeiro golpe militar er

As reformas constitucionais a partir da Primeira República

Desde o Brasil Colônia até a primeira constituição republicana, a forma de governo monárquica predominou nos séculos de um domínio absolutista contra as vontades da grande maioria da sociedade. Esse contexto começou a ser revolucionado quando surgem as ideias iluministas do filosofo francês Auguste Comte que pregava a liberdade e os direitos humanos como prioridade dos líderes de uma sociedade. No Brasil, o caminho a ser conquistado para a aplicação das ideias positivistas de Comte seria através de reformas políticas, acabando com o Regime Monárquico. As primeiras conquistas dos brasileiros foram a independência do Brasil e o indício de liberdade que vinha surgindo no império de D. Pedro I, através da Constituição de 1824, já comentada em artigo anterior. No final do século XIX, o país conquista uma nova reforma com a proclamação da República e a Constituição de 1890. Após isso, o desenvolvimento da política deu surgimento a democracia, a aplicação dos direitos humanos e a lib