A crise do sistema feudal e os novos caminhos e culturas exploradas através do Mediterrâneo conquistado nas Cruzadas da Igreja Católica foram decisivas para a Europa se reinventar. O humano passou a ser valorizado, a pesquisa e a comprovação de fatos passaram formular o conhecimento científico da época, escritores da Antiguidade passaram a ser utilizados como base de consulta. O sistema político, econômico e social da época, dominado por produtores agropecuários (os senhores feudais) e pela Igreja, estava se dissolvendo, a construção do conhecimento com base no teocentrismo ficou em segundo plano. A avalanche de novas ideias e culturas aflorando na Itália deu espaço ao Renascimento.
A começar pela ciência, medicina, astronomia, física, geografia, história, biologia desafiaram as ideias conservadoras com a teoria do Antropocentrismo, seguida pelas teorias do Heliocentrismo, dos movimentos de rotação e translação do planeta Terra, da gravidade, das marés, da circulação pulmonar, todas embasadas e bem argumentadas pelos seus principais representantes renascentistas, como Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johann Kepler, Miguel de Servet, entre outros.
Mas talvez os grandes influenciadores e disseminadores do Renascimento tenham sido os pintores, escritores, escultores e arquitetos do século XV. Ao contrariar a Igreja Católica, escritores que escreviam comédias e romances, muitas vezes satirizando o Catolicismo e criticando o comportamento do clero, davam mais liberdade de expressão a sociedade. Pintores e escultores traziam obras mais humanizadas, porém ainda religiosas, e com técnicas mais apuradas. Características que podem ser notadas nas obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Hans Holbein, respectivamente.
Na "Virgem dos Rochedos" nota-se o uso da técnica chiaroscuro, introduzida por esta obra, temos a retratação da Maria com São João Batista protegendo Jesus. Também é preciso o uso da profundidade e dos elementos naturais utilizadas pelo artista, dando aspecto 3D à pintura e de uma imagem mais viva. Para comentários mais precisos e sobre a diferenciação de ambas as pinturas pode-se consultar o blog de Gabriel Luis de Oliveira, no link http://leonardodavinci.cc/a-virgem-dos-rochedos/.
A escultura de Moisés é tão aclamada por conter traços bem detalhados como as roupas, a barba e o cabelo, pela simetria perfeita, pela sua complexidade e por passar emoções, essas podendo ser interpretadas a sua maneira. Poucas obras de arte conseguem passar tanta informação como esta.
Tão popular ficaram conhecidas as pinturas humanistas que o artista se especializou na arte de retratos. É possível conferir os traços de profundidade tanto no ombro, como no colar pendendo ao pescoço do rei Henrique VIII, assim como o uso de traços bem detalhados e cores quentes se contrapondo com o fundo frio.
Enquanto na arquitetura pode-se, basicamente, traçar o paralelo entre uma construção medieval que se encontra na forma de castelos e monumentos renascentistas contendo colunas, frontões triangulares nas fachadas, arcos de volta perfeita, abóbodas de berço e cúpulas. Trago para este trabalho grandes obras para exemplificar essas características: a praça de São Pedro, na cidade do Vaticano e o Capitólio de Washington D.C., nos Estados Unidos.
Desenhada por Benini, no século XVII, é um dos maiores exemplos do legado que o Renascimento deixa para apreciarmos nos dias de hoje. As colunas cercando a praça e sustentando a vista da entrada da Basílica são os exemplos perfeitos das características da época, trazendo o toque final do obelisco ao meio, representando a memória da crucificação de Cristo e do martírio de São Pedro.
Originalmente desenhado por William Thornton, no século XVIII, é ainda considerada uma obra moderna, mantendo as características clássicas do período. Símbolo político dos Estados Unidos, é utilizado para abrigar o Senado e a Câmara dos Representantes. Sua construção foi iniciada no governo do presidente George Washington e concluída no ano de 1863, quando a estatua da liberdade no seu topo foi finalizada.
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