No período político e social que estamos vivendo (ou qualquer outro período que iremos viver) é interessante parar uns minutinhos para se inspirar em revoltas e guerras passadas. Lembrar que a luta no Brasil contra o governo dominador é feita desde sempre e que foram essas lutas que causaram grandes mudanças no país, como a independência do Brasil, conquistada por todas as classes espalhadas pelo território. A independência da Província Cisplatina, conquistada pelos seus moradores, resultando na criação da República Oriental do Uruguai. O fim do tráfico negreiro e a abolição da escravatura, conquistada pelos escravos africanos.
Lembrar que a luta, independente de classe social, nacionalidade ou raça, ela traz a mudança. Lembrar que apesar das guerras e batalhas perdidas pela força repressora, a união das pessoas repreendidas será recompensada no futuro.
Procurei colocar aqui um resumo de todas as revoltas que aconteceram desde o tempo colonial até o fim da monarquia no Brasil. Espero que seja bem aproveitado.
Lembrar que a luta, independente de classe social, nacionalidade ou raça, ela traz a mudança. Lembrar que apesar das guerras e batalhas perdidas pela força repressora, a união das pessoas repreendidas será recompensada no futuro.
Procurei colocar aqui um resumo de todas as revoltas que aconteceram desde o tempo colonial até o fim da monarquia no Brasil. Espero que seja bem aproveitado.
Brasil Colônia (início e meados) | |||||
Nome | Colonização Portuguesa | França Antártica | Confederação dos Tamoios | República das Províncias Unidas | Insurreição Pernambucana. |
Período | 1530 | 1555 - 1567 | 1562 - 1567 | 1580 - 1645 | 1645 - 1654 |
Local | Litoral do nordeste brasileiro | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | Pernambuco | Pernambuco |
Grupo Revolucionário | Portugueses | Franceses e Indígenas | Indígenas | Holandeses / Cia das Índias Ocidentais | Senhores de Engenho da Capitania |
Grupo Atacado | Indígenas | Colono e colonizadores portugueses | Portugueses | Colono e colonizadores residentes na capitania de Pernambuco | Cia das Índias Ocidentais |
Causas | Em 1530, o rei de Portugal começou ter interesse em colonizar o Brasil para tomar posse do que, alegavam eles, era seu por direito e barrar a exploração de outras nações européias. | Os franceses, interessados nos recursos minerais das terras brasileiras, invadem o Rio com ajuda de grupos indígenas e formam a França Antártica. | Tupinambás, parte dos tupiniquins, os carijós e os guayanás formaram a Confederação dos Tamois para resistir a invasão portuguesa. | Como a Holanda declarou independência dos domínios espanhóis, a Espanha bloqueou o comércio com o país, deixando os holandeses sem recurso algum. Em resposta ao bloqueio comercial espanhol, os holandeses resolvem criar a Companhia das Índias Ocidentais e atacar as colônias da União Ibérica, inclusive o Brasil que pertencia a Espanha, na época. | Com a saída de Maurício de Nassau por desintendimento com a Cia da Índias, o governo dessa república tornou-se mais incisivo, revoltando os senhores de engenho que resolveram atacar os holandeses. |
Desfecho | Os portugueses dominaram os índios e os fizeram seus escravos. Por muito tempo ainda houve muita luta, por parte dos índios, mas com o passar dos anos a sua cultura foi se perdendo e se mesclando com as culturas que ia entrando em contato. | Mem de Sá, governador-geral no período de 1558 a 1572, com a ajuda do chefe militar Estácio de Sá, expulsa os franceses do território. | Com a ajuda dos padres Manoel de Nobrega e José de Anchieta, os portugueses assinaram um tratado de paz, que foi desrespeitado e dominaram o grupo de indígenas. | A Cia da Índias não obteve sucesso na primeira investida contra a Bahia, mas sim contra Pernambuco, dominando as forças do impérico luso-espanhol. A capitania brasileira se torna a República das Províncias Unidas, sob comando de Maurício de Nassau, até a Insurreição Pernambucana. | Os senhores de engenho enfrentaram duras batalhas, mas conseguiram expulsar os holandeses de terras brasileiras, entregando o governo da capitania, de volta, para a Coroa portuguesa. |
Brasil Colônia (meados e fim) | |||||
Nome | Revolta de Beckman | Guerra dos Mascates | Revolta de Vila Rica | Conjuração Mineira | Conjuração Baiana |
Período | 1684 | 1711 | 1720 | 1789 | 1798 |
Local | Maranhão | Pernambuco | Minas Gerais | Minas Gerais | Bahia |
Grupo Revolucionário | Senhores de engenho brasileiros liderados por Manuel Beckman | Senhores de engenho da cidade de Olinda | Grandes senhores e colonos | Grandes senhroes e colonos liderados por Tiradentes | Pobres colonos, soldados e escravos |
Grupo Atacado | Portugueses | Comerciantes do vilarejo de Recife (mascates) | Portugueses | Portugueses | Portugueses |
Causas | Os revoltosos estavam descontentes com a proibição da escravização dos índios e a influência religiosa dos jesuítas. | A queda no preço do açúcar fez os principais senhores de engenho de Olinda a falirem e pedir dinheiro emprestado, à juros altíssimos, aos comerciantes de Recife. Esses pediram a D. João V que transformasse Recife em vila independente de Olinda, para deixarem de pagar impostos aos senhores de engenho. | Na época a Coroa criou as Casas de Fundição para controlar o contrabando de ouro e a cobrança de impostos. Revoltados, os senhores donos de grandes lavras e a população que era contra as Casas de Fundição se rebelaram. | O grupo de revoltosos se organizou contra a Coroa com os seguintes objetivos: separar a colônia do reino; adotar uma nova bandeira; desenvolver indústrias no país; criar uma universidade em Vila Rica; criar o serviço militar obrigatório e; incentivar a natalidade através de programas sociais. | O grupo de revoltosos se organizou contra a Coroa para lutar pela independência, pela instauração de uma república, pela abolição da escravatura, pelo aumento de salários dos soldados e a abertura dos portos brasileiros à indústria estrangeira. |
Desfecho | A Coroa portuguesa enforcou os revoltosos. | Concedido o pedido, os produtores de açúcar se revoltaram contra os mascates, obrigando a Coroa a interferir no conflito, prender os revoltosos e transformar Recife a capital de Pernambuco. | Vitória da Coroa, novamente, e prisão dos revoltosos capturados. | O presidente da capitania, Visconde de Barbacena, ficou sabendo da inconfidência e mandou prender todos os revoltosos. Dona Maria I, exilou os envolvidos em colônias na África e condenou Tiradentes a forca. | O governador da capitania reprimiu o movimento violentamente. |
Brasil Colônia (fim) | Primeiro Reinado | Período Regencial | |||
Nome | Revolução Pernambucana | Confederação do Equador | Guerra da Cisplatina | Cabanagem | Revolução Farroupilha |
Período | 1817 | 1824 | 1825 | 1835 - 1840 | 1835 - 1845 |
Local | Pernambuco | Pernambuco | Província Cisplatina | Pará | Rio Grande do Sul e Santa Catarina |
Grupo Revolucionário | Grandes senhores, comerciantes, trabalhadores urbanos, pobres, escravos, soldados. | Políticos Liberais, pobres e ricos liderados por Cipriano Barata e Frei Caneca. | Moradores da Província Cisplatina e argentinos | Cabanos e fazendeiros liderados por João do Mato, Domingos Onça, Mãe da Chuva e Gigante do Fumo | Estancieiros e seus homens liderados por Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi |
Grupo Atacado | Portugueses | Corte Brasileira | Corte Brasileira | Regência | Regência |
Causas | O descontentamento por todas as classes sociais da colônia foi causado pelos altos impostos, pela queda no preço do açúcar, pela seca e as condições de vida que viveu o nordeste. Os revoltosos tomaram o poder da capitania, com o objetivo de viver numa república. | Em 1823, o imperador do Brasil, D. Pedro I, não aceitou a proposta de Constituição da Assembléia e impôs uma nova que dava plenos poderes ao monarca. Políticos liberais contrários ao Poder Moderador uniram forsas com os pobres que estavam desgotosos com a falta de políticas sociais e os ricos que estavam impacientes com o preço baixo do açúcar. | Em 1816, D. Pedro I invadiu a Colônia do Sacremento, alegando ser dono do território por já ter pertencido a Portugal, e impôs o seu domínio formando a Província Cisplatina. Alimentados pelo ódio, os moradores não aceitavam ser dominados por portgueses, sendo que eram dominados por espanhóis, e entraram em conflito com a Corte Brasileira, recebendo ajuda do governo da Argentina, que tinha interesses econômicos no território. | Os revoltosos se uniram contra o governo regencial que deixava os pobres em situação de misérias e exploração extrema e os ricos descepcionados com a política centralizadora instaurada no país. | Os grandes fazendeiros e produtores da carna bovina gaúcha se revoltaram com a falta de política protecionista da carne nacional e com a pratica dos preços da carne uruguaia e argentina, vendidos no mercado interno por um preço mais barato que os praticados no sul do país. Esses estancieiros armaram seus escravos e outros trabalhadores urbanos e conquistaram Porto Alegre, em 1836, e formaram a República Rio-Grandense. Santa Catarina também foi conquistada pelos farrapos, em 1839, formando a República Juliana. |
Desfecho | Vitória da Corte portuguesa, retomando o poder na Capitania. | As grandes diferenças de ideais dentro do grupo e a possibilidade de abolição da escravidão fez os ricos recuarem do movimento e esse perdeu forsas. Dando brecha para D. Pedro I impor o do seu Poder Moderator e parar o movimento com muita violência. | Por meio de moderação da Inglaterra, as duas partes assinaram um acordo de cessar fogo e no território onde era Província Cisplatina, seria criado um novo território, sendo chamado de República Oriental do Uruguai. | Com o tempo, os fazendeiros foram se afastando do movimento com medo de perder terras e escravos para o movimento. Aproveitando a situação o governo regente reprimiu o movimento com violência. | Em 1942, o movimento começou a sofrer investidas militares fortes liderados pelo Duque de Caxias, quando em 1945 este conseguiu um acordo com os líderes da Revolução que cessariam fogo e receberiam o perdão e a anistia do imperador, os homens farrapos seriam incorporados no exército imperial e os escravos revoltosos receberiam a sua liberdade. |
Período Regencial | Segundo Reinado | ||||
Nome | Revolta dos Malês | Sabinada | Balaiada | Revolta Praieira | Guerra do Paraguai |
Período | 1835 | 1837 | 1838 - 1841 | 1848 | 1865 - 1870 |
Local | Bahia | Bahia | Maranhão | Pernambuco | Paraguai, sul do Brasil, sudeste da Argentina e Uruguai |
Grupo Revolucionário | Escravos africanos liderados por Pacifico Licutã, Manuel Calafate e Luis Sanim | Fazendeiros liderados pelo médico Francisco Sabino | Pobres liderados por Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, Cosme Bento das Chagas e Raimundo Gomes | Praeiros (membros do Partido da Praia) liderados por Borges da Fonseca e Pedro Ivo | Tríplice Aliança |
Grupo Atacado | Regência | Regência | Regência | Partido Conservador | Paraguai |
Causas | O principal objetivo dos revoltosos era a abolição da escravatura. | Os revoltosos entraram em conflito com o governo que se fazia centralizador. Eles queriam mais liberdade às províncias. | Os revoltosos lutavam por justiça social e melhora nas condições de vida. No começo, esse grupo social recebeu ajuda dos bem-te-vis (profissionais urbanos). | Após a eleição de 1848 para governador da província ter sido ganha por um político conservador, os praeiros entraram em conflito armado propondo: fim do voto censitário; plena liberdade de imprensa; garantia de trabalho e dos direitos individuais; extinção do Poder Moderador; exercício do comércio a varejo apenas para brasileiros; estabelecimento da federação. | Por influência da Inglaterra, que tinha interesse no monópolio industrial e comercial de produtos industrializados ingleses nas Américas, Brasil, Uruguai e Argentina resolveram unir forças para derrotar o Paraguai que estava se estabelizando como uma potência econômica e industrial. A Argentina tinha interesse nas terras e recursos minerais do país. O Brasil queria obter acesso ao Mato Grosso pelo Rio do Prata, além de impedir o avanço econômico do país vizinho. E o Uruguai se uniu por interesse em se tornar uma potência regional. O estopim do conflito foi a resposta do Paraguai a exploração brasileira do Uruguai (por ter interesse econômico no país) e aprisionou um navio da marinha do Brasil. |
Desfecho | O exército imperial conseguiu dominar o movimento à plena violência. | O exército imperial conseguiu dominar o movimento à plena violência. | Devido a sua desorganização, o exército conseguiu facilmente retomar o poder da capital da província, Caxias. Os líderes foram punidos no fim da revolta. | Sem recursos militares, os praeiros foram derrotados pelas tropas imperiais. | A guerra praticamente aniquilou o Paraguai. A Tríplice Aliança deixou o país vizinho com uma população inteiramente de crianças, mulheres e idosos, totalmente destruídos e sem nenhum recurso para recomeçar. |
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