Como já apontado em artigo anterior, é importantíssimo mostrar os movimentos revolucionários passados para inspirar os novos movimentos e mostrar o quanto uma sociedade pode causar grande impacto para o país, seja na forma de governo ou na conquista de direitos.
Aqui segue um resumo dos principais movimentos desde a Primeira República, ou República Velha como outros autores gostam de chamar.
Aqui segue um resumo dos principais movimentos desde a Primeira República, ou República Velha como outros autores gostam de chamar.
Primeira República | |||||
Nome | Segunda Revolta Armada | Revolução Federalista | Revolta dos Canudos | Revolta da Vacina | Revolta da Chibata |
Período | 1893 | 1893 - 1895 | 1893 - 1897 | 1904 | 1910 |
Local | Rio de Janeiro | Rio Grande do Sul | Bahia e Pernambuco | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
Grupo Revolucionário | Marinha, liderados por Custódio de Melo | Maragatos, liderados por Gumercindo Saraiva | Povo de Canudos, liderados por Antônio Conselheiro | Cidadãos da capital | Marinha, liderados por João Cândito |
Grupo Atacado | Governo de Floriano Peixoto | Ximangos ou Pica-Paus, liderados por Julio de Castilhos | Governo de Floriano Peixoto | Governo de Floriano Peixoto | Governo de Hermes da Fonseca |
Causas | Parte dos marinheiros das Forças Armadas não reconheceram a posse do presidente Floriano, alegando inconstitucionalidade no ato. E de fato, a sua posse foi de encontro com o previsto na Constituição, que exigia novas eleições caso presidente e/ou vice saíssem do posto de qualquer maneira. Além da inconstitucionalidade, o perfil centralizador e autoritário do Ma. Floriano eram mau vistos pelo grupo revolucionário. | Os revolucionários federalistas eram contra o governo de Julio de Castilhos, eleito por voto direto presidente do estado do Rio Grande do Sul, e a forma autoritária do novo presidente da República. O conflito se estendeu nos estados de Santa Catarina e Paraná, onde as forças rebeldes ganharam apoio do grupo revolucionário da Revolta da Armada. | Pobres trabalhadores do nordeste, inconformados com o coronelismo, as secas, o sistema republicano e com a péssima condição de vida devido ao declínio do preço do açúcar resolveram criar um novo povoado, com leis e com costumes próprios, chamado Canudos. A Igreja acusava o seu líder Antônio Conselheiro de desviar os fiéis, enquanto isso os proprietários de terras e o governo começaram a enxergar esse novo povoado como uma ameça ao Estado. | Na época, o Estado aprovou uma lei que obrigava os cidadãos a tomarem a vacina contra viroses que se espalhavam por toda a capital, como forma de prevenção às doenças foi a medida que a Secretaria de Saúde adotou para deter a contaminação em massa. Além disso, Floriano Peixoto se esforçava para deixar a cidade do Rio mais atrativa para a visitação de estrangeiros, por isso mandou demolir cortiços. Essas duas medidas, mais a impopularidade que o governo havia acumulado entre as camadas mais pobres, gerou a revolta da população. | Os marinheiros das Forças Armadas exigiam o fim dos castigos físicos que ainda vigoravam na Marinha. Os revoltosos dominaram quatro navios, no porto da cidade do Rio e apontaram os canhões contra o continente. |
Desfecho | Parte dos almirantes assumiram o controle de alguns navios das Forças Armadas, apontaram os canhões para a capital do país e exigiram a deposição do Marechal de Ferro. Revolta que foi contida pelo exército e apoio dos Partidos Republicanos. | O conflito logo tomou proporções separatistas e logo os Ximangos receberam apoio do exército de Floriano Peixoto. Depois de anos de batalha, já no governo de Prudente de Morais, os federalistas assinaram o acordo de paz devido a comoção por tanto sangue derramado. | Alegando desrespeito as leis do Estado, o exército de Floriano Peixoto invadiu o povoado e, com apoio da Igreja e dos coronéis mais poderosos da região, inciou uma guerra que terminaria na rendição do povo de Canudos. | As tropas da polícia do Rio conseuiram conter o movimento, mataram 30 pessoas e deportaram presos para o estado do Acre. | O governo aceitou o pedido até o tempo de recuperar os navios novamente e prender os revoltosos. Com essa revolta, João Cândito e seus apoiadores conseguiram trazer melhores tratos aos servidores da Marinha. |
Primeira República | Era Vargas | ||||
Nome | Guerra do Contestado | Revolta do Forte de Copacabana | Coluna Prestes | Revolta de 1930 | Revolução Constitucionalista |
Período | 1912 - 1916 | 1922 | 1924 - 1926 | 1930 | 1932 |
Local | Paraná e Santa Catarina | Rio de Janeiro | 11 estados do Brasil | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
Grupo Revolucionário | Monarquia Celeste, liderada por José Maria | Tenentes | Tenentes, liderado por Luís Carlos Prestes | Militares apoiados pela Aliança Liberal | PRP, elite paulista e militares |
Grupo Atacado | Governo de Hermes da Fonseca | Governo de Arthur Bernardes | Governo de Arthur Bernardes | Governo de Washington Luís | Governo de Getúlio Vargas |
Causas | Assim como os Canudos, na região desses dois estados também formou-se um novo povoado com leis e costumes próprios que eram contrários às multinacionais britânicas instaladas no Sul do país. Essas empresas, além de contratarem mão-de-obra de outros estados, realizaram uma demissão em massa, deixando milhares de pessoas desempregadas, que se juntaram a Monarquia Celeste, liderada pelo líder messiânico, José Maria. | 17 tenentes e um civil, descontentes com as fraudes nas eleições, com a Política Café-Com-Leite, com o fechamento do Clube Militar e a prisão do Ma. Hermes da Fonseca (que manifestou o posicionamento contrário ao processo eleitoral) pelo então presidente Epitácio Pessoa e com a eleição de Artur Bernardes, se levantaram contra a República. | Prestes e seus seguidores militares e civis aderiram ao movimento rebelde contra a República, o coronelismo e a política café-com-leite. As colunas Paulista, liderada por Isidoro Dias Lopes, e Prestes formaram apenas um movimento que percorreria o país estimulando as pessoas a se rebelarem contra o governo. | As eleições de 1930 estavam dando indícios na continuação da política oligárquica que era a Política Café-Com-Leite, dos estados de São Paulo e Minas. O presidente eleito, segundo o acordo entre os partidos PRP e PRM, deveria ter sido um político mineiro, porém, o vencedor das eleições foi o candidato paulista Julio Prestes. | Ao assumir o poder, Getúlio suspendeu a Constituição de 1891, nomeou militares como governadores e fechou órgãos do Legislativo, terminando assim com a política café-com-leite. Essa medidas assustaram os apoiadores da política café-com-leite, causando a revolução. Os rebeldes exigiam a realização de uma Assembléia Constituinte e a nomeação de um civil paulista como interventor do estado de São Paulo. |
Desfecho | O exército brasileiro conteu os revoltosos e aniquilou os povoados que se formaram na região. | Os rebeldes foram cercados pelas tropas das Forças Armadas, que mataram 16 deles, rendendo os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, únicos sobreviventes do grupo revoltoso. | Depois de dois anos de perseguições e caminhada, o grupo de poucos que restaram se exilou parte na Bolívia, parte no Paraguai. | Os tenentistas e o partido PRM, junto com outros políticos e civis que eram contrários a República, formaram a Aliança Liberal e tomaram o poder do presidente Washington Luís, o entregando a Getúlio Vargas. | Os revoltosos que tinham minoria militar se renderam ao exército, mas conquistaram uma Assembléia Constituinte. |
Era Vargas | República Liberal | Regime Militar | A volta da Democracia | ||
Nome | Intentona Comunista | Golpe Miltiar | Diretas-Já | Movimento das caras-pintadas | |
Período | 1935 | 1964 | 1985 | 1992 | |
Local | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Grupo Revolucionário | ANL | Militares | Movimentos sindicalistas, religiosos, estudantis, partidos contrários ao Regime Militar. Entre seus líderes se destacava Luís Inácio Lula da Silva | Movimento estudantil | |
Grupo Atacado | Governo de Getúlio Vargas | Governo de João Goulart | Regime Militar | Governo de Fernando Collor | |
Causas | A causa da revolta do grupo que formava a Aliança Nacional Libertadora foi a proibição desse movimento pelo presidente. | As reformas apresentadas por Jango, a retração na economia e a desordem que causavam os movimentos contrários ao presidente. | O movimento queria o fim do Colégio Eleitoral e a instauração de votação direta. | Um esquema corrupto deletado pela imprenssa, envolvendo o então presidente, Fernando Collor, fez o movimento estudantil ir para as ruas e conquistar um melhor cenário político e exigir o fim da corrupção nesse meio. | |
Desfecho | O presidente, aproveitando o movimento da Intentona, mandou prender vários operários, sindicalistas, militares e intelectuais. | As forças armadas invadiram a sede do governo e instauraram o Ato Institucional nº 1, obtendo assim plenos direitos superiores ao outros dois poderes. | De forma pacífica, os revoltosos se retiraram das ruas e não conseguiram alcançar o seu objetivo de imediado, porém enfraqueceram o Regime Militar. | Foi um movimento pacífico que agilizou o processo de impeachment contra o presidente. |
Comentários
Postar um comentário